25 de fevereiro de 2011

Um espectro continua a rondar

Nº02 - O Manifesto Comunista – Parte 1



“Um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo.” Foi com essa frase que Karl Marx e Friedrich Engels iniciaram, em 1848, o Manifesto do Partido Comunista. Naquele ano, o movimento socialista internacional ganhava destaque na conjuntura político-social, e era necessário elucidar a verdadeira essência da teoria revolucionária emergente.
             O fantasma ao qual se referiam os autores era a visão reacionária acerca dos comunistas. Calúnias, injúrias e difamações de toda a natureza eram lançadas sobre os que ousavam reconhecer os trabalhadores enquanto classe social, se opondo ao domínio dos ricos e poderosos. Dezesseis décadas mais tarde, grande parte da sociedade ainda sente medo da inevitável revolução proletária.
             A solução foi proposta ainda na introdução do famoso livreto, e justifica a elaboração do mesmo. Diziam: “Já é tempo de os comunistas exporem abertamente sua visão de mundo, seus objetivos e suas tendências, contrapondo assim um manifesto do próprio partido à lenda do espectro do comunismo.” Só conhecendo o socialismo científico nosso povo deixará de temê-lo, e passará a aderir à revolução.
             O texto contém quatro capítulos interligados por uma linha de raciocínio impecável e didaticamente clara. Toda a narração converge para a conclamação que encerra a obra: “Proletários de todos os países, uni-vos!”, é o que pedem os renomados autores.
             A primeira parte, intitulada “Burgueses e proletários”, trata do surgimento da nova ordem mundial, sob domínio da burguesia moderna em ascensão. Vão além, desenvolvendo uma análise perspicaz das contradições inerentes às novas relações de trabalho, com a socialização da produção e privatização da apropriação das riquezas. Para finalizar, explicam como tais paradoxos serão responsáveis por fomentar a revolução proletária.
             No segundo capítulo, “Proletários e comunistas”, Marx e Engels diferenciam o Partido Comunista dos demais partidos progressistas. Não poupam os conservadores, atacando à propriedade privada, o modo de produção emergente, rebatendo as críticas à construção da sociedade comunista e orientando os militantes a lutarem pelo fortalecimento dos Estados Nacionais.
             No terceiro, “Literatura socialista e comunista”, dissertam acerca das diferentes vertentes da teoria “socialista”. Definem o “socialismo reacionário” e suas diversas sub-vertentes, o “socialismo conservador ou burguês” e o “socialismo e o comunismo crítico-utópicos”. Ao analisar esses paradigmas, alertam para seus perigos e apontam os rumos para o verdadeiro socialismo científico.
             A última parte trata da “Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição”. Para os autores, o Partido Comunista deve preservar a posição de vanguarda, defendendo os interesses imediatos da classe trabalhadora sem, no entanto, abandonar o referencial ideológico que conduz à construção do socialismo. As alianças que devem ser feitas, precisam levar em conta o contexto histórico de cada sociedade.
             Com esta série de artigos que passo a publicar neste espaço pretendo fomentar o debate desse livro que marcou a história, apresentando uma alternativa ao sistema opressor vigente. O famoso manifesto marcou, também, a ascensão da obra de dois gênios, que passariam a ser respeitados e admirados em todo o mundo. Marx e Engels desenvolveriam uma verdadeira ciência, responsável por guiar a luta de diversos militantes ao longo da história.

Paulo Victor Gomes é ex-presidente da UJS-GO e membro do Comitê Estadual do Partido Comunista do Brasil (PCdoB-GO).

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